quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Ciclo vicioso

Às vezes as minhas memórias póstumas nem são tão memórias assim.

Ficam aqui, na pele, pronta pra saltar, sair rasgando tudo, saem dos olhos, passeam pelo meu rosto, somem na minha boca...

E no final das contas, são enormemente póstumas, posto que estão mortas pra minha mente, mas não para o resto do meu ser, qualquer que esse seja.

Quando as póstumas (essas sendo memórias) nos assaltam, tentamos de tudo para esquecer, nas vitrines, nos líquidos de aparência duvidosa, na fumaça reconfortante, na língua quente do próximo... Para voltar a destilar a gota líquida que sai dos olhos, estando essa antes latente, esperando que o ciclo recomeçasse.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Confusão

"Eu estou naqueles dias que tem gente te chamando pra fazer coisas, mas não é exatamente o que você quer, mas você não dispensa, mas está pensando em arranjar outras coisas, não está a fim de fazer nada, mas continua pensando no que vai fazer e ninguém mais quer fazer o que você está a fim, até porque, você também não sabe o que quer."

Gente, alguém entendeu alguma coisa? Nem eu, mas às vezes a cabeça da gente fica assim e no final, a única conclusão que podemos tirar é: estamos esperando algo.

Algo o que? Não sabemos, mas esperamos, talvez algo exitante, algo que nos faça querer revidar, de forma boa ou não, que nos faça pular da cama e sair em disparada para algum lugar que não sabemos.

Gente, hoje eu não estou sendo direta, mas eu juro que estou tentando, mas é difícil falar sobre cofusão e vontades, principalmente se são inesperadas e sem forma definida.

Então acho que a melhor maneira seria te deixar o mais confuso com o meu texto possível, sem sair do contexto de direto, não?

(Alguém entendeu?)

sexta-feira, 5 de junho de 2009

"O" dia

Melhor todo dia. rs

Fora a piadinha sem graça nenhuma (mesmo), quando eu digo que tem dia pra tudo, é pra tudo mesmo.
Dia de reclamar, dia de zoar, dia de se declarar, dia de chorar, dia de apreciar a arte e dia, "O dia", em que tudo isso acontece de uma vez só. E a coisa vira uma bagunça.
Não precisa ser tudo necessariamente com você, mas todos esses "dias" podem calhar de acontecer na mesma hora.
Você sai, faz suas tarefas do dia, escola, faculdade, trabalho, acaba indo em um "happy hour" para relaxar e aí tudo acontece: perde-se a paciência com uns aqui, chora no colo de outros ali, no meio-tempo ouve algumas poesias recitadas no palco que você acha interessante, dá os parabéns ao autor (aproveita para pegar o autor), encontra gente que você não vê à séculos, aquela sua paixonite de adolescência, que na época nem você percebia que guardava aquele sentimento e quando olha, volta tudo de novo e você percebe que aquela pessoa foi importante de alguma maneira, mesmo que sem intenção. Então, enquanto uns conversam e se divertem, você levanta resoluta e anda em direção ao dito cujo para pelo menos botar pra fora e desencanar aquele setimento guardado e ir embora. E fica feliz que ele tenha entendido, que se sinta honrado e que tenha dito a verdade, sem rodeios, aquilo que você já sabia, mas precisava ouvir de sua boca: Nunca daria certo. Pronto, está feito. Deu até um alívio, não é? Aí você volta, conta sua vitória aos seus amigos, ajuda outros à voltar para casa, chora de preocupação com mais alguns e vai dormir pesadamente na sua cama, sabendo que "O dia" acabou.

domingo, 31 de maio de 2009

Girando

"Ciranda cirandinha
Vamos todos cirandar
Vamos dar a meia volta
Volta e meia vamos dar.

O anel que tu me destes
Era vidro e se quebrou
O Amor que tu me tinhas..."


"Nunca tinha parado pra pensar no quanto essa música é triste. Mas agora eu não consigo tirar ela da cabeça."

É a segunda vez que eu paro pra pensar nessa música e eu percebi o quanto minha interpretação dela mudou. Antes eu lembrava da minha infância, da carência que eu sentia do meu pai e de que talvez, quem escreveu essa música, tenha sido uma pessoa muito solitária, pois perdeu seu amor, seja de maneira trágica, como um acidente, seja abandonada ou de maneira mais pacífica. Eu ainda acho que quem escreveu isso foi solitário, mas agora tenho em mente que me sinto girando e girando em círculos sempre que leio essas estrofes, sentindo tudo à minha volta fugir do controle, quase... caindo. É como estar apaixonado, sem controle, mas sem ninguém para te segurar quando tudo desmoronar.

"...era pouco e se acabou."

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Arte Abstrata

PERA AÍ, PARA TUDO: QUAL SEU NOME?

Wassily Kandinsky. Quem? Ah, você sabe, aquele pintor russo do final do século 19, começo do século 20, o primeiro ocidental a pintar arte abstrata... Não? Pois bem, eu também não o conhecia até a aula passada de Linguística. O que Linguística tem haver com o pintor? Nada, a minha professora é maluca. Mas uma coisa que eu gosto nela é que ela é maluca com cultura. Gente, esse homem é muito sinistro, mas sinistro mesmo. Tem um quadro dele, pintado no período da guerra que, eu juro, dá pra ouvir uma explosão. Eu li um texto em que Kandinsky cita (não sei se consegui traduzir direito, mas vamos lá): "Cor é o quadro, os olhos são as harmonias, a alma é o piano com muitas cordas. O artista é a mão que toca, tocando um acorde ou outro, para causar vibrações na alma."

Lendo essa frase e um pouco da vida desse pintor, sabe-se rapidamente que ele é guiado pelo som. O som é a alma de suas pinturas. Se observar bem suas telas, pode-se "ouvir" suas vibrações, o balanço das folhas e o vento em "Munich-Schwabing with the Church of St. Ursula" ou sentir a rapidez e o barulho dos cascos do cavalo em "The Blue Rider"

Sua obra "Around the Circle", um estilo colorido sobre fundo preto, parece dar uma idéia de movimento e festividade, sendo uma tela dinâmica, onde os símbolos "flutuam" pela tela, como se estivessem soltos no ar, exatamente como um som.

Claro que eu estou forçando bastante pra escrever tudo isso, porque é sinistramente difícil conseguir descrever uma obra dele se você não souber ou não estiver fazendo aulas de arte e como a minha área é publicidade, você se pergunta de novo: "Mas que coisa, da onde essa professora tirou esse cara?"

É... sinistro.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Inocente

Ele foi seu primeiro namorado e sua primeira paixão. Ela realmente se apaixonou e pensou que, com toda certeza, como seu irmão, cheio de relações longas e proveitosas, ela teria um namoro longo e proveitoso, mesmo sabendo que não duraria para sempre. Mas um mês depois ele terminou com ela e por uma razão que quebrou seu coração: desde o começo, ele só quis namorar para "tentar uma relação" e agora queria ser só seu amiguinho. Ela compreendeu na hora, mas mesmo depois de quase um mês separados ainda doía, pois, como ele tinha dito, ela era "muito inocente".
Pois bem, ela seria inocente agora. Ela vai continuar tentando achar alguém que queira mais que "tentar uma relação". Ela vai continuar acreditando que as pessoas podem ser sérias e acreditar, como ela, que namorar é algo importante, e não algo que se tenta, mas que se faz e se sente. Vai ser inocente e acreditará que essa pessoa vai lhe dar mais valor e lhe ligará mais que só uma vez por semana pra perguntar "e aí, você está bem? como foi sua semana? você está viva?". Vai acreditar e ser inocente o bastante pra esperar que seu futuro "homem-perfeito" não diga que "acho que estou sendo narcisista em namorar com você, somos parecidos demais", pois acredita nas diferenças. Vai ser inocente o bastante para acreditar que pode se perder novamente em um beijo. Vai ser inocente o bastante para esperar uma surpresa de primeiro mês de namoro e uma ligação dizendo "e aí, gostou do buquet?" Vai acreditar quando ele a ligar para dizer que quer vê-la desesperadamente, mesmo que tenha passado 5 minutos desde que se separaram. E não vai se importar se ele disser cedo demais que a ama, mesmo que seja só por impulso.

Por que se ela não acreditar por si mesma, quem vai fazê-lo por ela?

domingo, 24 de maio de 2009

Felicidade

Alguém me explica o que é felicidade? Porque eu, definitivamente estou longe de saber. Com tantos tipos de felicidade, fica difícil me resolver. Pra mim felicidade não vem do material, vem mais do espiritual. Tem pessoas que dizem que ter uma casa confortável, uma família, um emprego e uma boa renda é sinal de que você alcançou a felicidade. Tem gente que prefere se excluir do mundo e tentar encontrar Deus, ele também está sendo feliz. Tem aqueles que procuram simplesmente um amor pra vida inteira, seja ele um galã rico de novela ou um simples empregado. Eles são felizes, da maneira deles. Com tantas maneiras de ser feliz, como eu vou escolher a minha? Quando eu vou saber que 'ah, bem, agora eu estou feliz, vou parar por aí'. Aliás, eu tenho mesmo que parar? E se felicidade for continuar conquistando as coisas que eu almejo, como um amor, uma viajem, estar sempre com a minh família, ganhar na megasena, o que isso importa?

Talvez só de lutar para alcançar tudo isso eu já esteja sendo feliz em pensar que eu estou tentando.

sábado, 23 de maio de 2009

Chocar

O que você acha de chocar as pessoas? É legal? É ruim? Tem gente que adora chocar, seja por atos ou palavras. Eu também gosto de chocar, mas depende muito da situação e o tipo de pessoas.Um exemplo é quando você pega um táxi com um motorista muito chato, que fica te amolando dizendo que as pessoas são isso, são aquilo, que esse mundo é "cheio de viado, puta e gente desavergonhada que não tem o que fazer, etc, etc, etc". Aí ele diz: "Você não acha, moça?". Aí você diz: "Não, eu acho que cada um vive da maneira que melhor lhe convém, aliás eu tenho muitos amigos gays e eles são pessoas de muito bom caráter."
Então você choca essa pessoa e se sente muito bem.
É só um exemplo, não que isso tenha necessariamente acontecido comigo, mas poderia acontecer e a gente tem que ter atitude e defender nossas idéias. As pessoas que ficam se considerando "normais" na sociedade, seguidoras de regras e obrigações, podem achar "chocante" o fato de ter um amigo gay não afetar nas nossas vidas pessoais, que nossos amigos e nem nós sejamos de má índole.
Bem, essas pessoas têm de cuidar mais de suas próprias vidas e perceber que todos nós temos as mesmas chances no mundo, seja a pessoas, normal, estranha, gay, travesti ou o raio que o parta, ninguém pode tirar nossas convicções, temos que acreditar em nós mesmos e saber que a vida pode ser boa com prozac.

Isso é chocante. (e não fez o menor sentido.)