segunda-feira, 30 de maio de 2011

Dia solitário

No dia mais solitário da minha vida.
Iria procurar o que fazer.
Teria o que pensar.
Mas seria o dia mais solitário da minha vida.
Não deveria ter o que fazer.
Iria querer morrer.
Aí não sentiria mais solidão.
No dia mais solitário da minha vida.
Iria somente viver.
Não iria querer respirar.
Teria de me controlar.
E sofreria sem falar.
No dia mais solitário da minha vida.
Não teria que me preocupar.
Não teria que agradar a todos só pra não me machucar.
No dia mais solitário da minha vida.
Seria Infeliz.
Não teria tudo que sempre quis.

(isso é de 2006, nem creio hahahaha)

quinta-feira, 26 de maio de 2011

À prova de balas

Meu coração à prova de balas
Segura minha respiração atenta
A cada pensamento que cai
No seu mundo amante

É tão confuso o contentamento
E pretensiosa a vontade
Me deixa congelada a idéia
De precisar sentir que você está perto

Mas lembre-se de que meu
Coração à prova de balas
Acalenta a idéia da arma disparada
No seu centro fugidio

Da sorte do sentimento certo
Que é à prova de balas
E à base de sonhos
Não à prova de toques

Alguma coisa não está certa
Estou tentando não pensar sobre isso
Mas tem algo contra mim
Meu coração à prova de balas.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Guarda-chuva

A pior parte de se escrever é não saber como começar. E como terminar, é bem difícil também. Talvez todo mundo tenha um pouco de dificuldade no desenvolvimento, mas quem liga? Tá, escrever é muito difícil. Particularmente libertador, uma vez que conseguimos botar o pensamento no papel. Ou na tela do pc.
Tudo muito tecnológico essa coisa de século XXI, às vezes eu sinto falta do papel e do lápis. Lápis, se não eu mancho toda a minha mão, a boa canhota que sou (ainda que suje de grafite, pelo menos é só dar uma limpadinha com a outra mão). Claro, a vantagem do computador é que eu nunca vou sujar minhas mãos. Com nada que eu escrever, é tudo escrito de maneira a ninguém saber quem está escrevendo, se eu quiser.
Perdi o raciocínio, voltemos ao começo da conversa: Difícil escrever. Será por falta de concentração? Se eu parar a música, a viajem pelas páginas da internet, a leitura do meu livro, o pensamento aleatório, a vida, será que eu consigo? Talvez seja o tempo que passou, eu perdi o costume. Talvez eu não consiga mais me expressar da mesma maneira pela escrita. Gostava da idéia de ser o guarda-chuva, com todas as idéias escorrendo e pingando no desavisado que chegasse muito perto. Acho que eu estava me carregando desmesuradamente, até um vento particularmente forte passar e eu me soltar no chão, assim, aberto de cabeça pra baixo. Não dá pra escorrer idéias quando toda a água só entra e me enche, deixando um bocado cair: Pro chão. Só esperando alguém me pegar e me colocar de novo na posição certa, que seria acima de uma cabeça. Se no processo a água cair toda na cabeça de alguma pessoa... bom pra ela. Talvez ela balance bem os cabelos e espalhe bastante as gotas que sobraram.