terça-feira, 14 de junho de 2011

Arlequim Colombina Pierrot

Em qualquer terra em que os homens amem.

Em qualquer tempo onde os homens sonhem.

Na vida.

ARLEQUIM: Dize: Queres-me bem?

PIERROT: Fala: gostas de mim?

COLOMBINA, hesitante:

A Pierrot:

Eu amo-te , Pierrot…

A Arlequim:

… Desejo-te, Arlequim…

ARLEQUIM, soturnamente:

A vida é singular! Bem ridícula, em suma… Uma só, ama dois… e dois amam só uma!..

COLOMBINA, sorrindo e tomando ambos pela mão:

Não! Não me compreendeis... Ouvi, atentos, pois meu amor se compõe do amor de todos dois... Hesitante, entre vós, o coração balanço:

A Arlequim:

O teu beijo é tão quente...


A Pierrot:

O teu sonho é tão manso...

Pudesse eu repartir-me e encontrar minha calma dando a Arlequim meu corpo e a Pierrot a minh’alma! Quando tenho Arlequim, quero Pierrot tristonho, pois um dá-me o prazer, o outro dá-me o sonho!

Nessa duplicidade o amor todo se encerra: um me fala do céu... outro fala da terra!
Eu amo, porque amar é variar, e em verdade toda a razão do amor está na variedade...
Penso que morreria o desejo da gente, se Arlequim e Pierrot fossem um ser somente,
porque a história do amor pode escrever-se assim:

PIERROT:

Um sonho de Pierrot...

ARLEQUIM:
E um beijo de Arlequim!

(Vi no wordpress "o avesso do espelho")

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