segunda-feira, 23 de maio de 2011

Guarda-chuva

A pior parte de se escrever é não saber como começar. E como terminar, é bem difícil também. Talvez todo mundo tenha um pouco de dificuldade no desenvolvimento, mas quem liga? Tá, escrever é muito difícil. Particularmente libertador, uma vez que conseguimos botar o pensamento no papel. Ou na tela do pc.
Tudo muito tecnológico essa coisa de século XXI, às vezes eu sinto falta do papel e do lápis. Lápis, se não eu mancho toda a minha mão, a boa canhota que sou (ainda que suje de grafite, pelo menos é só dar uma limpadinha com a outra mão). Claro, a vantagem do computador é que eu nunca vou sujar minhas mãos. Com nada que eu escrever, é tudo escrito de maneira a ninguém saber quem está escrevendo, se eu quiser.
Perdi o raciocínio, voltemos ao começo da conversa: Difícil escrever. Será por falta de concentração? Se eu parar a música, a viajem pelas páginas da internet, a leitura do meu livro, o pensamento aleatório, a vida, será que eu consigo? Talvez seja o tempo que passou, eu perdi o costume. Talvez eu não consiga mais me expressar da mesma maneira pela escrita. Gostava da idéia de ser o guarda-chuva, com todas as idéias escorrendo e pingando no desavisado que chegasse muito perto. Acho que eu estava me carregando desmesuradamente, até um vento particularmente forte passar e eu me soltar no chão, assim, aberto de cabeça pra baixo. Não dá pra escorrer idéias quando toda a água só entra e me enche, deixando um bocado cair: Pro chão. Só esperando alguém me pegar e me colocar de novo na posição certa, que seria acima de uma cabeça. Se no processo a água cair toda na cabeça de alguma pessoa... bom pra ela. Talvez ela balance bem os cabelos e espalhe bastante as gotas que sobraram.

Um comentário:

  1. difícil também é comentar... mas como minha experiência em ser guarda-chuva me ajuda a entender essas linhas!..

    poderia até dizer que fui eu quem as escreveu; quem sabe não tenha escorrido a água de um para o outro ou pingado a vida que buscamos escoar? quem sabe? talvez a chuva... talvez...

    voltemos a buscar.

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